sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Localização das Escaladas da Serra do Pote


Ai então a localização dos picos de escalada da Serra do Pote. Essa serrinha é fantástica, com diversos estilos de escalada, desde boulders até vias de quase 400. Já foram postados aqui no blog os croquis das vias do Campo Escola Monte Verde e da Parede das Fendas. As maiorias das trilhas indicadas são bastante fechadas, muitas delas usadas por caçadores, assim é comum encontrar panelas ou armadilhas na mata. Solicitamos aos amigos escaladores que tirem um tempo para destruir estas armadilhas, dificultando a ação desse tipo de gente. Os moradores do local, em sua grande maioria, são bastante conscientes, e igualmente a nós, repudiam a caça. Como todas as paredes estão em propriedades particulares, não entre sem autorização. Os proprietários já estão acostumados com nossa presença “subindo as pedras”. Estes são pessoas humildes e com a devida conversa, dificilmente será negado escalar nas pedras que estão em suas propriedades (com ressalva da Falésia Cantagalo). Novamente aqui atento para a questão do lixo. Todos os escaladores têm o compromisso de manter a base das vias e as trilhas com o menor impacto possível. Algumas paredes estão começando a ser bastante freqüentadas e em breve será necessário um mutirão para contenção de trilhas. O local oferece um potencial muito grande ainda para conquistas, deste modo, se for abrir alguma via, certifique-se que no local ainda não existe nenhuma linha conquistada. Dificilmente você verá grampos na parede (exceto nas vias esportivas). Valorize o estilo de escalada de mínimo impacto e “hammerless” (sem martelo). Veja também a postagem http://caminhosmontanhismo.blogspot.com/2009/12/bouders-de-rio-das-ostras-e-macae-nao.html. Abaixo uma breve descrição dos locais.

1 – Pedra do Jundiá
Até o momento, existe apenas uma via na Pedra do Jundiá conquistada pelo Fred, Serginho e Daniel em 2009. Não escalei a via, mas pelas infos do Fred tem cerca de 300m e a graduação é algo entre 5 e 6 E3 (bem sugestivo para o nível da região). Possui grampos, mas é necessário equipamento móvel, inclusive a via tem paradas em móvel. 5 estrelas!!!

Vista da Pedra do Jundiá

2 – Pico do Iriri
É a maior montanha da Serra do Pote, com ponto culminante em 575 metros de altitude. Como o pico tem uma “cabeleira” de mata, as paredes são menores (em torno de 400 m) e as vias não chegam no cume.

3 – Parede do Gomos e Boulders dos Gomos
É uma parede que fica de frente para a BR-101, sendo uma das maiores paredes da região, com apenas uma via em conquista, a Via dos Gomos (iniciada pro Fabinho Machado e Alan Bischoff em 2007). Atualmente a via tem 200 m sendo que não está nem na metade da parede. Possui grampos apenas nas paradas. Até o momento, a via não tem graduação alta, entre II e IV grau, portanto é comum ter enfiadas de 60 m com duas ou três proteções em móvel. A primeira enfiada não tem proteção. Os Boulders dos Gomos ficam na base da parede. Mais uma vez, não coloque grampos nestes boulders pois eles são tranquilamente escalados com toda segurança usando crash pad e ainda possibilitam fazer ancoragens em pedras se você ainda não está seguro.

Vista da Parede dos Gomos, uma das maiores da região. Os boulders estão visíveis na base da parede

Durante a conquista

4 – Parede Principal
É a parede que mais chama atenção nesta serra, sendo visível da cidade de Rio das Ostras. Possui uma via terminada, a Mendigos Climb, conquistada por uma pessoal do Rio de Janeiro (mais informações futuramente no guia de escalada que o Fred ta devendo pra comunidade hehehe), em estilo de escalada de aventura (5 6 (A0) E3 380 m). Proteções fixas e móvel. Outra via foi iniciada pelo Fred e Fábio Pé que chega até o platô maior da parede com dois coqueiros.

Fred na Mendigos Climb

5 – Parede das Fendas
Particularmente acho a parede mais alucinante de toda região. O estilo de escalada é esportiva tradicional, com vias fortes, até o momento de 6 a 8 grau, na maioria com boas proteções móveis. A parede atualmente conta com 11 vias (ver detalhes em http://caminhosmontanhismo.blogspot.com/2009/10/parede-das-fendas-fissuras-de-rio-das.html) e tem apenas 7 grampos. É um excelente local para o estilo hammerless. Se for conquistar, avalie a linha e siga pela ética local.

6 – Parede das Chaminés
Na estrada que vai de Rio das Ostras para Rocha Leão, é a parede que fica a direita da parede principal, na qual é possível avistar 3 chaminés. Tem uma via conquistada, a “O Sulco da Patada da Onça Pintada na Pedra Encravada” conquistada em 2006 por Fred e Alan. Proteção mista (grampo e móvel). A trilha é complicada, sendo que nas 5 vezes que fui na parede, nenhuma foi pelo mesmo lugar.
Vista  da Parede das Chaminés com linha da única via até o momento

7 – Paredão Adecir
Parede localizada atrás da casa de Seu Adecir. A parede conta atualmente com duas vias. Sua característica é de no inicio ser uma parede bem vertical e difícil, e depois ficar mais tombada e lances em “agarrência”. A via Fazendo Careta (III V E2/3 50 m) foi a primeira conquista em 2006 por Alan Bischoff e Mariana Ferraz. Esta via inicia em uma laca e tem apenas um grampo em sua extensão e um na parada para rapelar, o restante em móvel. É necessário um Cam 5 ou fazer um lance de III que em caso de queda, cai no chão de uma altura de 25m. A outra via é a Caetano Tavares Valent (IV 6  E2  60 m) nome em homenagem ao filho do Bernardo e da Gi que compareceu à conquista com 13 dias de vida. Foi conquistada em 2009 pro Alan Bischoff e Bernardo Tavares. É uma via bastante bonita com duas enfiadas de corda totalmente em móvel, inclusive a parada. É necessário dois friends equivalente ao Cam 0.5 e dois equivalente ao Cam 4, além de um jogo equivalente aos Cam 0.75 até 3. Rapel em árvore (bomba) ou descer por trilha, passando pelo campo de boulders. É recomendável dar uma olhada nas fendas antes de começar a escalar pois os marimbondos estão tomando conta.

Alan na conquista da via Fazendo Careta

8 – Campo Escola Monte Verde
Na idéia de montar um local para iniciantes na região, está surgindo o Campo Escola Monte Verde. Atualmente conta com 2 setores e 12 vias, por enquanto em top rope, apenas 3 sendo guiadas em móvel. A parede fica a maior parte do dia na sombra. Mais infos veja http://caminhosmontanhismo.blogspot.com/2009/10/potencial-para-campo-escola-em-macae-e_26.html.

Monique na linha Vai mas Volta, ainda em top rope

Carlos Henrique testando umas das paradas recém montadas

Alan na via Mamica de Cadela     Monique na via Cristaleira

9 – Sítio das Bromélias
Pousada usada como ponto de referência.

10 – Paredão Aristeu
Desde 2005 estamos de olho nesta parede. Ao chegarmos no vale, fomos logo conversando com o proprietário (Seu Aristeu) para autorizar escalar na parede. Aristeu nos enrolou quase 1 hora, chegando a conclusão que escalar não era coisa de Jesus e não permitiu que subíssemos. Tudo bem Seu Aristeu, continuamos a caminhada e encontramos o Seu Adecir e a Dona Lúcia, que nos receberam muito bem e permitiram que subíssemos a pedra atrás de sua casa, quando conquistamos a Fazendo Careta  descrita acima. Na descida havia um café com pão nos esperando. Foi o início de uma grande amizade que me fez mudar para o local, vindo a ser vizinho do Seu Adecir e do Seu Aristeu. Atualmente Seu Aristeu é um dos nossos melhores amigos e já nos permitiu escalar, explicando que na época ficou desconfiado, imaginando quem ia se responsabilizar se um doido se quebrasse nas suas terras. Essa história demonstra como é importante explicar bem o que pretendemos na propriedade alheia, e que a maioria das pessoas estão acessíveis aos escaladores, contanto que entendam o que é a escalada. Assim, em 2009 Monique e eu num final de tarde entramos na fenda maior da parede e iniciamos uma via que não deu pra terminar devido um ataque de marimbondos. Subimos cerca de 45 metros pela fenda, que ora era larga, ora era escalada por uma fenda menor na lateral esquerda. Depois do ataque, com pesar tive que bater um grampo ao lado da parada em móvel, pois já estava anoitecendo e tivemos que descer. Menos mal que a parede tem uns 80m e este grampo ficará ali para o rapel. A via foi denominada de Fora Sítio das Bromélias, divido o fato deste sítio atrair muita gente, ter constantes festas com barulheira, perturbando vizinhos e a fauna local, produzir uma quantidade de lixo absurdo, desviar o curso do rio, e manter animais silvestres enjaulados. O lixo muitas vezes é jogado pelos “turistas” nas estradas, indo parar no riacho que corre no vale. Nunca vi os proprietários providenciarem a coleta do lixo que seu “clientes” jogam nas redondezas. Mas voltando à via, é bem fácil, um II ou III grau que meu cachorro Xirú saiu escalando atrás de mim e da Monique. O bicho subiu uns 20 metros solando e descalço hehehe. A parede tem grande potencial.


Xirú na via Fora Sítio das Bromélias

11 – Falésia Cantagalo
Outra que dá problema. Iniciamos a abertura de vias ali em 2005 e a parede se mostrou com excelente potencial, com uma via em móvel de 6 grau, quatro vias de 5 grau e uma de 7c. Tivemos que parar as conquistas devido a proibição do proprietário alegando que escaladores tinha feito um churrasco na base da parede, deixando muito lixo. Independente do que aconteceu, um grampo no topo da parede foi entortado, uma chapeleta roubada e um parafuso tosco colocado no lugar. Se quiser tentar, o proprietário mora na entrada na estrada que leva ao Sítio das Bromélias e às vezes ainda permite que se escale na falésia, mas sempre faz cara feia e tenta botar uma banca de mau. Isso nos fez abandonar a parede, e faz um bom tempo que não voltamos lá.

Diego Carion em top rope na Fenda do Ninho, Falésia Cantagalo.

12 – Parede da Ostra
É a parede mais esportiva de toda região, bem negativa, com agarras abaloadas, regletes, pinças, tetos, enfia tudo que os escaladores esportivos adoram. A parede é muito bonita e as vias mais ainda., lembra a Barrinha no Rio de Janeiro. Vale muito conhecer.


Pedra da Ostra. Exelentes escaladas esportivas recém abertas.



Segue abaixo a descrição das vias passada pelo Fabrício. 


Tira gosto 7a/b (6 chapeletas)
Fábio Coimbra/Fabricio Lofrano  - 24/08/2009
Primeira via conquistada na falésia de cima para baixo. Via técnica até a quarta proteção, depois fica bem atlética com passadas longas e final exposto. IRADOOOO!!!

Presente Zen 7b/c (7 chapeletas)
Fábio Coimbra/Fabricio Lofrano  - 12/09/2009
Como o nome diz a via é um presente para nós que conquistamos e para quem escala. Bem atlética no estilo toca-toca e com final pegando na resistência.

O esporro 9? (9 chapeletas)
Fábio Coimbra/Juliana Stutz  - 2009
A via é um esporro de irada, mas o nome foi dado por causa do esporro da Juliana no Fabio que por sinal bem dado. Via com um boulder inicial juntando força e técnica e com um crux bem definido, pegando na resistência.

O berro 8bc/9? (12 chapeletas)
Fábio Coimbra/Fabricio Lofrano – 13 e 14/09/2009
A via é dividida em quatro partes inicia com um boulder de 7a dominando um platô, seguindo depois um negativo bem atlético com grau de 8b/c, a via continua em uma aderência técnica até chegar em mais dois negativos bem boulderísticos onde pode soltar o berro para mandar.

O Cavaleiro das Trevas 9a (12 chapeletas)
Fábio Coimbra/Fabricio Lofrano/Juliana Stutz – 01/09/2009
Via com início em uma aderência de 30 metros entrando num negativo bizarro de forte, com um crux bem explosivo finalizado com um bote aéreo IRADOOOO! A via continua em uma sequência de agarras num vertical que ainda possui um lance delicado na penúltima proteção. O nome da via se dá por dois motivos o 1° por causa de uma fenda abaixo da via onde existe centenas de morcegos que saem às 18 horas dando rasantes, e 2° para mandar somente  sendo um cavalheiro das trevas. RSSS!!!


13 – Boulders da Careta
É um campo de bouders localizado na Serra da Careta, uma parte da Serra do Pote. Para chegar é necessário cruzar a propriedade de Seu Adecir (que nem sempre permite, depende da cara do cidadão) e seguir o bananal. No topo do moro pegar a trilha para a esquerda para o campo com gado. Tem vários boulders de boa qualidades. A base é boa e um crash pad resolve a segurança.

14 – Parede dos Bugios.
É uma parede para a direita do campo de boulders e deve ter uns 60 metros. Este nome de deve a todas as vezes que subimos a Serra da Careta, uma família de bugios fugia escalando esta parede, por uma linha bem no centro da mesma. Assim, resolvemos meter a cara, Fabrício, Adriana e eu para uma conquista. A parede não tem linhas com fendas boas, algumas pequenas fissuras acanaladas e forcei a barra para não botar grampo escalando por uma fenda acanalada. Aconteceu de quebrar uma agarra do pé e cai de uns 5 metros no chão sobre um formigueiro de formigas pólvora (aquelas vermelhinhas com mordida ardida). Não voltamos mais lá, mas pretendo retornar, desta vez para abrir uma linha com proteções fixas hehehe.

15 – Pedra do Xenólito
Parede pequena (cerca de 17 m) e negativa, com regletes pequenos e veios pegmatíticos. É facilmente reconhecida por ser uma parede clara, escondida no meio da mata, que tem um xenólito (pedra diferete e preta) no meio da parede. Investimos ali uma vez, Fred, Fabrício e eu em top rope. A linha mais óbvia já é casca total e não conseguimos mandar toda, até onde fomos deve dar um 7c. É um convite aos escaladores mais fortes.

Explorando a Pedra do Xenólito

16 – Pedra do Engano
Fomos nesta pedra no mesmo dia da queda na Parede dos Bugios, Adriana, Fabrício e eu. A pedra é pequena, mas bem vertical com boas agarras. Pensamos ser mole e ao entrar na parede o espanco foi geral. A parede tem potencial para cerca de 5 vias esportivas com graduação em torno de 7 grau.


Abaixo um mapa de localização das principais paredes e boulders.





quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Localização das Principais Escaladas de Rio das Ostras e Macaé


Abaixo apresento um mapa de localização das principais escaladas da região de Rio das Ostras e Macaé sobre uma imagem do Google Earth. Acredito que seja fácil localizar as paredes com o auxilio deste programa. A região serrana, onde fica o Pico do Frade, Bicuda, Pedra do Meio, entre outros foi excluída, pois ficaria muito extenso colocar tudo em uma mesma postagem.Este também é o caso da Serra do Pote, que se é o principal centro fora da região serrana com a maior diversidade de estilos de escalada, por isso será apresentado uma postagem apenas para esta região. Todos esperaram ansiosos pelo lançamento do guia de escaladas que o Fred está preparando, por sinal que está praticamente pronto e com excelente qualidade. Este guia trará informações bastante precisas sobre como chegar às vias e seus croquis. Segue abaixo uma breve descrição dos locais.

Pedra da Santa
Setor de escalada tradicional, principalmente com vias grampedas, apesar de contar com algumas em móvel. Fica ao lado da BR-101, 1,5 km ao sul do trevo da entrada para Macaé. As vias mais freqüentadas são a Sonho de Criança (5  5sup  E2  80m) e a Santa Maria ( 4sup   6   E2  80m). Ambas ficam no totem localizado no centro da parede.


Fabinho e Alan no teto da Pedra da Santa

Amigos de Chaltén                   Alan na via Sonho de Criança

Parede do Raio
Setor esportivo com vias grapeadas e em móvel, com graduação até o momento entre 6 a 7c. A parede fica pouco após o trevo de Macaé com a BR-101 e é facilmente identificada por ser uma parede branca com uma chaminé que se assemelha com a forma de um raio.


Alan na Via Urubu                         Naoki na via É o Raio

Gringos Cliff
Parede com vias esportivas tradicionais. Localizada cerca de 3 km ao leste do trevo de Macaé com a BR-101, é identificada por ser uma parede de coloração esbranquiçada com aspecto positivo, ao fundo de um campo de pasto, entre um haras e uma fábrica. A parede é visível da estrada que liga a BR-101 a Macaé.




Parede Gringos Cliff
Córrego do Ouro
Bouders localizados ao oeste do distrito de Córrego do Ouro, na estrada de Macaé para a região serrana. Da estrada principal, avista-se os bouders para a esquerda, logo após de passar a ponte chegando ao distrito. Crash pad e uma via guiada de 7c (Menina Veneno).



Costa Azul, Areias Negras, Joana e Mar do Norte
Bouders na beira da praia. Vários graus e estilos.

Alan no bloco principal da praia da Joana
 
Morro de São João
Existe uma trilha que leva ao cume, geralmente bastante fechada.

Para mais informações, entre em contato. 




quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Vegetarianismo

Faz um tempo que estou para escrever sobre este assunto, mas após ler a postagem no blog do ToNto sobre vegetarianismo, acho que o trabalho já foi feito. A matéria está muito boa e completa.
Ai vai o link e façam-se as idéais dele as minhas.
http://tontohangon.blogspot.com/2007/02/pira-dica-porqu-sou-vegetariano-e-se.html

abraço

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Livrando o lixo do lixo


Lixo é tudo que está em excesso em determinado local e que aparentemente não apresenta mais utilidade. Ai que está a questão, a utilidade é compatível com nossa perspectiva do que ainda podemos fazer com os materiais.

Sobre lixo domiciliar, quero passar minha pequena experiência de como livrar o que ainda pode ser utilizado do que não percebo como útil. Monique não cansa de falar que sou um traleiro, mas já resolvi vários problemas com coisas catadas na rua ou guardadas para “um dia serem utilizadas”.

Em primeiro lugar o mais óbvio possível: seleção. Para dar um fim prático nos resíduos domésticos partimos do princípio de separar os materiais. Na minha experiência, não é prático e tampouco útil fazer a separação conforme manda o figurino: papel, plástico, metal, orgânico, etc...

Em nossa realidade, separamos o lixo da seguinte maneira:

O que pode ser reutilizado: potes, frascos, garrafas, caixas, sacolas, pedaços de fios, roupas velhas (as que não podem nem mais ser doadas), parafusos (desmonto as peças que vou jogar fora). Esses materiais são guardados em uma despença (claro que tudo deve ser limpo) e serão utilizados conforme as necessidades. Quanto você se dispõe a resolver os problemas da sua casa ao invés de chamar o marceneiro, o encanador... poderá ficar impressionado com a utilidade destes materiais;
O que será reciclado: embalagens, plásticos, papel, metais, enfim, tudo que julgo não conseguir usar em outro momento. Lembre-se que este conceito é flexível e depende da sua percepção de como e quando poderá utilizar tais materiais. Por exemplo, atualmente, as embalagens plásticas destino para a reciclagem, mas no momento que estivesse construindo uma casa, um galpão ou uma pequena varanda em minha casa, poderia utilizá-las como forro do telhado ou misturadas ao aterro, o que, utilizando da maneira correta, possibilita diminuir a umidade e promove o isolamento acústico e térmico. Este “lixo” que será reciclado deve ser entregue para alguma cooperativa de reciclagem, empresa que promove tal atividade ou se sua cidade faz a coleta seletiva, diretamente para o caminhão do lixo nos dias específicos. Em nosso caso, levo este material para a Petrobras, onde já visitei a Unidade de Triagem, a qual vende este material para empresas que fazem a reciclagem e o dinheiro arrecadado é revertido em cestas básicas. Ta ai o lixo fazendo seu papel social, desde que o ser humano ajude.
Orgânico: este é o resíduo mais rejeitado mas talvez o que mais possibilite a reciclagem e conversão em material utilizável em nossas casas. Inicialmente fiz uma composteira suspensa apresentada ai na foto abaixo. Nesta composteira foram jogados todos os resíduos orgânicos sem diferenciá-los, inclusive filtros de café e guardanapos. Para preenchê-la, o tempo necessário foi de fevereiro até dezembro, lembrando que após cada camada de resíduo orgânico faz-se necessário cobrir com terra. Chegado o momento de deixar esta composteira descansar em um período de 6 meses para a decomposição do material, fiz duas novas composteiras, agora na forma de minhocário. Em uma destas caixas colocamos o lixo orgânico com resíduos ácidos, como cascas de frutas cítricas e volumes acentuados de restos de comida. Esta caixa vai sendo preenchida com uma camada de resíduo e uma de terra até preenchê-la completamente, ai anota-se a data nesta caixa e coloca-se uma nova caixa sobreposta. Em 6 meses já se pode usar o adubo. Na outra, colocamos minhocas e preenchemos da mesma forma, respeitando não colocar frutas cítricas ou muito resto de comida. Os resultados têm sido ótimos, nenhuma das composteira apresenta cheiro ou excesso de chorume. É importante comentar sobre os hábitos alimentares, que facilitam enormemente este processo. Como não comemos carnes, nunca tivemos problemas com larvas e vermes, bem como com excesso de gorduras ou ossos. Nossa alimentação tb é livre de frituras, então o resíduo de óleo é muito pouco, o que facilmente é assimilado na compostagem. Aos carnívoros, nenhuma crítica, desenvolvam, criem alternativas para os problemas do resíduo da carne e agradeço se me enviarem estas dicas.
Lixo do Banheiro: apenas papel contaminado com fezes que é destinado a coleta para aterro sanitário. Apesar de não ser a melhor solução, é a que está sendo aplicada, pois ainda não temos um sistema de esgoto que assimile o papel (a casa é alugada).

Com estas práticas é incrível a quantidade de redução de material que realmente é lixo. De nossa casa sai muito pouco lixo, uma vez a cada duas semanas duas sacolas pequenas do lixo do banheiro são destinadas para o aterro sanitário. Uma vez por mês uma sacola grande é destinada para a reciclagem.

Livrar o “lixo” que pode ser utilizado do que realmente é lixo é fácil, parte de princípios básicos e atitudes que tomamos em nossas vidas. Alguns passos para a redução:
·        Reduza o consumo de produtos, principalmente os com muitas embalagens;
·        Separe o que pode ser utilizo pro você;
·        Destine o que pode ser reciclado;
·        Produza adubo;
·      Desenvolva hábitos compatíveis (principalmente alimentares) com a reciclagem, reaproveitamento e produção de adubo;
·     Faça hortas em casa, doe seu adubo produzido ou deposite-o em canteiros de praças. Plante flores e árvores para todos!

Abraço






Boulders de Rio das Ostras e Macaé – NÃO GRAMPEIE!!!!

Na região de Rio das Ostras e Macaé, além de inúmeras escaladas com cordas, o que não falta também são ótimos boulders. Basicamente, os campos de boulders mais conhecidos são os da beira da praia da Costa Azul, Areias Negras e Mar do Norte, mas particularmente, os que creio apresentarem maior potencial são os campos perto das montanhas, em direção à serra. Para a serra de Macaé, os campos de boulders mais populares são os de Córrego do Ouro e os da entrada do Pico do Buião.


Alan em um dos boulders da entrada do Pico do Buião, Glicério



Na Serra do Pote existem dois campos com excelente potencial, com diversas linhas abertas, muitas negativas de agarras pequenas, alguns em aderência e até alguns high balls. Um destes campos deles fica após a fazenda do Seu Adecir, é um campo novo que ainda está sendo explorado e tem grande potencial. O outro, já mais famoso e popular são os Boulders dos Gomos, localizado aos pés da maior parede que está de frente para a BR-101. Neste campo, existem 3 blocos principais com várias linhas. 


Fred em um dos high ball dos gomos

Na região, temos evitado nomear os boulders ou as linhas em blocos pequenos, pois é impossível saber quem foi o primeiro a escalar, principalmente nos boulders da praia, onde diversos escaladores passam todos os anos e deixam sua marca de magnésio. Tal fato é tão real que recentemente encontrei um site onde escaladores colocam os boulders da Costa Azul como tendo sido "conquistaqdos" pela primeira vez em 2004, dão uma série de nomes para linhas que o Fred (só pra citar um conhecido, imagina os desconhecidos...) já faz desde 2000.


João no boulder da fenda da Costa Azul aos 10 anos de idade.


Já mais preocupante é o fato de que alguns boulders estão sendo grampeados com chapeletas e grampos de má qualidade ou até parafusos (!), a exemplo de dois blocos nos Gomos e recentemente um colocado no topo da Falésia Cantagalo, ao lado de uma chapeleta que foi roubada e o parabout batido para dentro do buraco Atualmente, esta não é uma atitude justificável, pois os crash pads estão de fácil acesso e devemos valorizar este estilo, sem falar que os grampos, principalmente na praia, tem enferrujado rapidamente, deixando ali uma mancha amarelada, vide o caso do boulders da fenda da Costa Azul e Areias Negras.

Bernardo em um dos boulders dos Gomos

Finalizando, mais uma vez citando a frase para os que ainda não conhecem: não rebaixe a montanha ao seu nível. Escale, pratique e um dia mande aquele boulder sonhado, sem cordas, parafusos ou grampos. Valorize a liberdade que a escalada em bouders proporciona!

Abraço


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Potencial para Campo Escola em Macaé e Rio das Ostras


Imagine sair de casa equipado para uma escaladinha esportiva. Agora imagine sair de casa equipado podendo escolher entre escalar esportivas curtas, longas, negativos, aderências, vias tradicionais e fendas. Pois é deste estilo de vida que os moradores cantagalinos estão desfrutando. A Serra do Pote é um conjunto de montanhas situado na zona rural do município de Rio das Ostras. Seu aspecto mais marcante é que estas montanhas estão destacadas do restante da Serra de Macaé, formando um círculo com cerca de 4km de diâmetro e altitudes variando de 40 até 560 metros. Esta serra possui diversas paredes, algumas com mais de 400 metros de rocha limpa e de qualidade. Por sua vez, a localidade de Cantagalo está situada no extremo NE da Serra do Pote e vem recebendo inúmeras conquistas em diferentes paredes. Recentemente a comunidade de escaladores de Cantagalo (que é quase uma ecovila de escaladores), motivada pela proximidade de uma pequena parede com o sítio Monte Verde, onde moramos, foi equipar algumas vias de baixa graduação e exposição, que servissem de campo escola para iniciantes. Tínhamos a idéia que a parede fosse bem fácil, até meio sem graça, pois ela é predominantemente positiva. Assim, Bernardo Freitas e eu pegamos a furadeira com o Fred, rapelamos em árvores e colocamos três paradas em locais promissores. Ao experimentar as vias as surpresas foram acontecendo. A rocha (um gnaisse bastante bandado), apesar de positiva, tem a particular característica de apresentar agarras abaloadas e regletes pequenos. Assim, linha por linha, fomos vendo que a coisa não era fácil como pensávamos e a parede, antes imaginada sem graça, foi mostrando sua beleza. Apesar de curta (as vias tem entre 12 e 15 metros), a parede tem boa extensão lateral e atualmente está com 11 linhas definidas. Dez linhas por enquanto são em top rope e pretendemos em breve colocar as proteções para serem guiadas. Neste setor, por enquanto, existe apenas uma via guiada, a Guerra dos Farrapos, que é uma laca em móvel com esticão do final da laca até a parada, estilo highball. Quase todas as vias possuem passadas bastante técnicas, muito trabalho com os pés e lances “flutuantes” o que dá a “ar da graça” do local. 


Alan na conquista da Guerra dos Farrapos


Outro setor ao lado está sendo explorado, menor, porém vertical e negativo. Este setor é escondido entre as árvores e fica muito próximo da estrada, e durante 8 meses morando tão perto, não o tínhamos visto. Por isso estamos chamando este de Setor Oculto, onde Monique e eu conquistamos uma fenda frontal de punhos muito bonita, a via Deus Ajuda Quem Cedo Madruga, lamentavelmente com apenas 13m. Como este local está muito próximo do sítio Monte Verde e é “escondido” pelas árvores, estamos chamando de Campo Escola Monte Verde, que conta com dois diferentes setores, o Setor Sala de Aula, onde está a maioria das vias, e o Setor Oculto, no presente apenas com uma via conquistada e com potencial para mais quatro ou cinco linhas. Esperamos em breve terminar o trabalho de grampeação, contenção e marcação das trilhas e que estas paredes realmente se consolidem como um campo escola da região de Macaé e Rio das Ostras. Atualmente conta com dois setores com vias de IIIsup até 7a/b, algumas em móvel com boas colocações. Enfim, um prato cheio para quem está iniciando no esporte. Abaixo o croqui com informações. A graduação das vias é apenas sugestão, podendo ser alterada quando forem colocadas as proteções e as vias devidamente guiadas. Boas escaladas!



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

PAREDE DAS FENDAS!!!! Fissuras de Rio das Ostras

A Parede das Fendas é um excelente local para escalada em proteções móveis na região de Macaé e Rio das Ostras. As primeiras investidas foram feitas pelo Fred Almeida e amigos em 2003. Em 2005 o Fred levou-nos (Nativo do Ita e eu) para conhecer a parede, quando foram conquistadas as vias Primeiro as Aventuras (pois o Fred tinha que assistir uma apresentação dos filhos na escola e claro que já estava atrasado) e Sólidão, um bloco meio capenga mas que está Sólidão. Em 2007 escalamos a via Mendigos Climb (aproximadamente 380m) que fica em uma parede na frente da Parede das Fendas. Quando vimos a parede de frente, deu para perceber realmente todo seu potencial. Nesta época, o Fabinho Machado - escalador muito forte tanto no psico quanto no grau - morava em Macaé e apresentei a parede pra ele. Foram várias conquistas em seqüência. Em um mesmo final de semana de novembro de 2007 abrimos a Metamorfismo e a Equinócio e no outro final de semana do verão de 2008 abrimos a Viva Nossa Vontade, a Chaminé Tira o Boné e o Fabinho terminou a última enfiada que o Fred tinha iniciado em 2003 da Pior é que Piora.
Com estas conquistas, todas praticamente sem usar martelo (a parede toda tem 5 grampos e atualmente 9 vias prontas e dois projetos) a parede foi se consolidando como um excelente local para utilização de equipamento móvel. Quanto ao grau, as vias são bastante exigentes, mas a maioria tem exposição moderada, geralmente podendo-se colocar boas proteções em toda sua extensão. Abaixo passo uma descrição das vias e um croqui de uma parte da parede. Em breve atualizo com o restante das informações. Quem quiser chegar será bem vindo, pois estamos precisando confirmar o grau sugerido. Abraços!


Setor Metamorfismo

1- Equinócio 8º? E3 85m / Fabinho Machado e Alan Bischoff (2007) ***
Via exposta em agarras e fendas rasas e acanaladas. Todas as proteções são móveis, inclusive as paradas. As duas últimas enfiadas são mais fáceis, em aderência.
Rapel em árvores.

2- Mundo dos Insetos A2 15m / Alan Bischoff (2008) ***
Fenda negativa conquistada em artificial em solitário. Existe possibilidade de fazer a via em livre. Todas as proteções são móveis com boas colocações. Rapel em nut com malha-rápida ou pode-se fazer a junção com a “Equinócio”.

3- Metamorfismo 7b E2 40m / Alan Bischoff e Fabinho Machado (2007) ***
Fenda de mãos na junção de um diedro. Todas as proteções são móveis com boas colocações. Rapel em árvore.


Setor do Meio

4- Projeto X (projeto) / Frederico Almeida (2003)
Via em conquista. Termina em um piton com mosquetão abandonado.

5- Pior é Que Piora 5º 6sup E3 80m / Frederico Almeida, André de Friburgo e Fabinho Machado (2003/2008) **
Via conquistada em 2003 por Fred e André em um sistema de fendas até uma parada com dois P’s. Alguns metros acima existe um último grampo, a partir de onde Fabinho continuou a conquista em pequenas fendas, agarras e aderência, terminando em uma rampa. Rapel em árvore e na parada.

6- Viva Nossa Vontade 5º 6sup E2 40m / Alan Bischoff e Fabinho Machado (2008) ***
Inicia em um sistema de fendas de mãos, entra em um offwith e em outra fenda de mãos. Todas as proteções são móveis com boas colocações, exceto a parada, que é a mesma da “pior é que piora”, onde a via acaba. Rapel da parada.

7- Chaminé Tira o Boné 5º 6sup E3 75m / Fabinho Machado e Alan Bischoff (2008) ***
Inicia em agarras e um sistema de fendas de mãos e dedos pouco a direita da “Viva Nossa Vontade” e pouco à esquerda o teto. Entra em um diedro fendado, passando por um pequeno offwith e depois por uma chaminé estreita. A segunda enfiada inicia em uma fenda de mãos com agarras e busca o platô com a grande árvore, onde se pode fazer um rapel com cordas de 60m. Todas as proteções são móveis com boas colocações, inclusive a parada.

8- Projeto Aresta 60m / Fabinho Machado e Alan Bischoff (2008)
Top rop em parada móvel com projeto de equipar


Setor das Aventuras (seguindo para a direita da parede da foto)

9 - Primeiro as Aventuras 7b E3 40m / Frederico Almeida e Cristiano Backes (2005) ***
Fenda de dedos e mãos em um diedro. A primeira enfiada é em móvel com boas colocações, até uma parada com uma chapeleta. A segunda enfiada é mais exposta, em agarras e aderência, até a parada onde tem uma chapeleta com malha-rápida para o rapel.

10- Incrível Hulk 8º? 20m / Fabinho Machado e Alan Bischoff (2005/2007) **
Fenda em top rope com projeto de equipar

11- Sólidão 5º A1 20m / Cristiano Backes (2005) *
Fenda larga e passadas em artificial de cliff.




SOBRE O BLOG - Boas Vindas!!!


Entonces, de chegada pra falar um pouco do muito que gosto nessa vida. Não estranhe se achar aqui postagens sobre escalada e montanhismo, yoga, geologia, agricultura orgânica, rock n' roll e tantas outras. Não sou especialista e distante disso, o que acredito é em AGREGAR VALOR, tá ai o objetivo. Agregar valor com atividades positivas, caminhando em direção contraria a banalização generalizada. Valorização pro que tem valor. Banalidade pro que é banal. Aqui não se fala sobre atitudes teatrais para benefícios pessoais, nem de acordos categóricos com o ser (aquele, da insustentável leveza). E isso não se trata apenas de gostos, o gosto é pessoal e respeitável. O enfoque é ATITUDE, as que agregam o tal valor, individual, com certeza, mas que corrobora ao coletivo. O tal do individualismo coletivo, tão antagônico que chega a ser um pano de fundo futurístico, onde a solução e o problema se tornam a mesma questão. Assim, as artes, os esportes, as ciências e as políticas se complementam e direcionam os ESTILOS DE VIDA que podemos seguir. Em um infindável movimento helicoidal, nossa atitudes modelam o mundo que construímos e também o que vamos deixar. Cada qual que faça sua análise.