Lixo é tudo que está em excesso em determinado local e que aparentemente não apresenta mais utilidade. Ai que está a questão, a utilidade é compatível com nossa perspectiva do que ainda podemos fazer com os materiais.
Sobre lixo domiciliar, quero passar minha pequena experiência de como livrar o que ainda pode ser utilizado do que não percebo como útil. Monique não cansa de falar que sou um traleiro, mas já resolvi vários problemas com coisas catadas na rua ou guardadas para “um dia serem utilizadas”.
Em primeiro lugar o mais óbvio possível: seleção. Para dar um fim prático nos resíduos domésticos partimos do princípio de separar os materiais. Na minha experiência, não é prático e tampouco útil fazer a separação conforme manda o figurino: papel, plástico, metal, orgânico, etc...
Em nossa realidade, separamos o lixo da seguinte maneira:
O que pode ser reutilizado: potes, frascos, garrafas, caixas, sacolas, pedaços de fios, roupas velhas (as que não podem nem mais ser doadas), parafusos (desmonto as peças que vou jogar fora). Esses materiais são guardados em uma despença (claro que tudo deve ser limpo) e serão utilizados conforme as necessidades. Quanto você se dispõe a resolver os problemas da sua casa ao invés de chamar o marceneiro, o encanador... poderá ficar impressionado com a utilidade destes materiais;
O que será reciclado: embalagens, plásticos, papel, metais, enfim, tudo que julgo não conseguir usar em outro momento. Lembre-se que este conceito é flexível e depende da sua percepção de como e quando poderá utilizar tais materiais. Por exemplo, atualmente, as embalagens plásticas destino para a reciclagem, mas no momento que estivesse construindo uma casa, um galpão ou uma pequena varanda em minha casa, poderia utilizá-las como forro do telhado ou misturadas ao aterro, o que, utilizando da maneira correta, possibilita diminuir a umidade e promove o isolamento acústico e térmico. Este “lixo” que será reciclado deve ser entregue para alguma cooperativa de reciclagem, empresa que promove tal atividade ou se sua cidade faz a coleta seletiva, diretamente para o caminhão do lixo nos dias específicos. Em nosso caso, levo este material para a Petrobras, onde já visitei a Unidade de Triagem, a qual vende este material para empresas que fazem a reciclagem e o dinheiro arrecadado é revertido em cestas básicas. Ta ai o lixo fazendo seu papel social, desde que o ser humano ajude.
Orgânico: este é o resíduo mais rejeitado mas talvez o que mais possibilite a reciclagem e conversão em material utilizável em nossas casas. Inicialmente fiz uma composteira suspensa apresentada ai na foto abaixo. Nesta composteira foram jogados todos os resíduos orgânicos sem diferenciá-los, inclusive filtros de café e guardanapos. Para preenchê-la, o tempo necessário foi de fevereiro até dezembro, lembrando que após cada camada de resíduo orgânico faz-se necessário cobrir com terra. Chegado o momento de deixar esta composteira descansar em um período de 6 meses para a decomposição do material, fiz duas novas composteiras, agora na forma de minhocário. Em uma destas caixas colocamos o lixo orgânico com resíduos ácidos, como cascas de frutas cítricas e volumes acentuados de restos de comida. Esta caixa vai sendo preenchida com uma camada de resíduo e uma de terra até preenchê-la completamente, ai anota-se a data nesta caixa e coloca-se uma nova caixa sobreposta. Em 6 meses já se pode usar o adubo. Na outra, colocamos minhocas e preenchemos da mesma forma, respeitando não colocar frutas cítricas ou muito resto de comida. Os resultados têm sido ótimos, nenhuma das composteira apresenta cheiro ou excesso de chorume. É importante comentar sobre os hábitos alimentares, que facilitam enormemente este processo. Como não comemos carnes, nunca tivemos problemas com larvas e vermes, bem como com excesso de gorduras ou ossos. Nossa alimentação tb é livre de frituras, então o resíduo de óleo é muito pouco, o que facilmente é assimilado na compostagem. Aos carnívoros, nenhuma crítica, desenvolvam, criem alternativas para os problemas do resíduo da carne e agradeço se me enviarem estas dicas.
Lixo do Banheiro: apenas papel contaminado com fezes que é destinado a coleta para aterro sanitário. Apesar de não ser a melhor solução, é a que está sendo aplicada, pois ainda não temos um sistema de esgoto que assimile o papel (a casa é alugada).
Com estas práticas é incrível a quantidade de redução de material que realmente é lixo. De nossa casa sai muito pouco lixo, uma vez a cada duas semanas duas sacolas pequenas do lixo do banheiro são destinadas para o aterro sanitário. Uma vez por mês uma sacola grande é destinada para a reciclagem.
Livrar o “lixo” que pode ser utilizado do que realmente é lixo é fácil, parte de princípios básicos e atitudes que tomamos em nossas vidas. Alguns passos para a redução:
· Reduza o consumo de produtos, principalmente os com muitas embalagens;
· Separe o que pode ser utilizo pro você;
· Destine o que pode ser reciclado;
· Produza adubo;
· Desenvolva hábitos compatíveis (principalmente alimentares) com a reciclagem, reaproveitamento e produção de adubo;
· Faça hortas em casa, doe seu adubo produzido ou deposite-o em canteiros de praças. Plante flores e árvores para todos!
Abraço
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