sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Localização das Escaladas da Serra do Pote


Ai então a localização dos picos de escalada da Serra do Pote. Essa serrinha é fantástica, com diversos estilos de escalada, desde boulders até vias de quase 400. Já foram postados aqui no blog os croquis das vias do Campo Escola Monte Verde e da Parede das Fendas. As maiorias das trilhas indicadas são bastante fechadas, muitas delas usadas por caçadores, assim é comum encontrar panelas ou armadilhas na mata. Solicitamos aos amigos escaladores que tirem um tempo para destruir estas armadilhas, dificultando a ação desse tipo de gente. Os moradores do local, em sua grande maioria, são bastante conscientes, e igualmente a nós, repudiam a caça. Como todas as paredes estão em propriedades particulares, não entre sem autorização. Os proprietários já estão acostumados com nossa presença “subindo as pedras”. Estes são pessoas humildes e com a devida conversa, dificilmente será negado escalar nas pedras que estão em suas propriedades (com ressalva da Falésia Cantagalo). Novamente aqui atento para a questão do lixo. Todos os escaladores têm o compromisso de manter a base das vias e as trilhas com o menor impacto possível. Algumas paredes estão começando a ser bastante freqüentadas e em breve será necessário um mutirão para contenção de trilhas. O local oferece um potencial muito grande ainda para conquistas, deste modo, se for abrir alguma via, certifique-se que no local ainda não existe nenhuma linha conquistada. Dificilmente você verá grampos na parede (exceto nas vias esportivas). Valorize o estilo de escalada de mínimo impacto e “hammerless” (sem martelo). Veja também a postagem http://caminhosmontanhismo.blogspot.com/2009/12/bouders-de-rio-das-ostras-e-macae-nao.html. Abaixo uma breve descrição dos locais.

1 – Pedra do Jundiá
Até o momento, existe apenas uma via na Pedra do Jundiá conquistada pelo Fred, Serginho e Daniel em 2009. Não escalei a via, mas pelas infos do Fred tem cerca de 300m e a graduação é algo entre 5 e 6 E3 (bem sugestivo para o nível da região). Possui grampos, mas é necessário equipamento móvel, inclusive a via tem paradas em móvel. 5 estrelas!!!

Vista da Pedra do Jundiá

2 – Pico do Iriri
É a maior montanha da Serra do Pote, com ponto culminante em 575 metros de altitude. Como o pico tem uma “cabeleira” de mata, as paredes são menores (em torno de 400 m) e as vias não chegam no cume.

3 – Parede do Gomos e Boulders dos Gomos
É uma parede que fica de frente para a BR-101, sendo uma das maiores paredes da região, com apenas uma via em conquista, a Via dos Gomos (iniciada pro Fabinho Machado e Alan Bischoff em 2007). Atualmente a via tem 200 m sendo que não está nem na metade da parede. Possui grampos apenas nas paradas. Até o momento, a via não tem graduação alta, entre II e IV grau, portanto é comum ter enfiadas de 60 m com duas ou três proteções em móvel. A primeira enfiada não tem proteção. Os Boulders dos Gomos ficam na base da parede. Mais uma vez, não coloque grampos nestes boulders pois eles são tranquilamente escalados com toda segurança usando crash pad e ainda possibilitam fazer ancoragens em pedras se você ainda não está seguro.

Vista da Parede dos Gomos, uma das maiores da região. Os boulders estão visíveis na base da parede

Durante a conquista

4 – Parede Principal
É a parede que mais chama atenção nesta serra, sendo visível da cidade de Rio das Ostras. Possui uma via terminada, a Mendigos Climb, conquistada por uma pessoal do Rio de Janeiro (mais informações futuramente no guia de escalada que o Fred ta devendo pra comunidade hehehe), em estilo de escalada de aventura (5 6 (A0) E3 380 m). Proteções fixas e móvel. Outra via foi iniciada pelo Fred e Fábio Pé que chega até o platô maior da parede com dois coqueiros.

Fred na Mendigos Climb

5 – Parede das Fendas
Particularmente acho a parede mais alucinante de toda região. O estilo de escalada é esportiva tradicional, com vias fortes, até o momento de 6 a 8 grau, na maioria com boas proteções móveis. A parede atualmente conta com 11 vias (ver detalhes em http://caminhosmontanhismo.blogspot.com/2009/10/parede-das-fendas-fissuras-de-rio-das.html) e tem apenas 7 grampos. É um excelente local para o estilo hammerless. Se for conquistar, avalie a linha e siga pela ética local.

6 – Parede das Chaminés
Na estrada que vai de Rio das Ostras para Rocha Leão, é a parede que fica a direita da parede principal, na qual é possível avistar 3 chaminés. Tem uma via conquistada, a “O Sulco da Patada da Onça Pintada na Pedra Encravada” conquistada em 2006 por Fred e Alan. Proteção mista (grampo e móvel). A trilha é complicada, sendo que nas 5 vezes que fui na parede, nenhuma foi pelo mesmo lugar.
Vista  da Parede das Chaminés com linha da única via até o momento

7 – Paredão Adecir
Parede localizada atrás da casa de Seu Adecir. A parede conta atualmente com duas vias. Sua característica é de no inicio ser uma parede bem vertical e difícil, e depois ficar mais tombada e lances em “agarrência”. A via Fazendo Careta (III V E2/3 50 m) foi a primeira conquista em 2006 por Alan Bischoff e Mariana Ferraz. Esta via inicia em uma laca e tem apenas um grampo em sua extensão e um na parada para rapelar, o restante em móvel. É necessário um Cam 5 ou fazer um lance de III que em caso de queda, cai no chão de uma altura de 25m. A outra via é a Caetano Tavares Valent (IV 6  E2  60 m) nome em homenagem ao filho do Bernardo e da Gi que compareceu à conquista com 13 dias de vida. Foi conquistada em 2009 pro Alan Bischoff e Bernardo Tavares. É uma via bastante bonita com duas enfiadas de corda totalmente em móvel, inclusive a parada. É necessário dois friends equivalente ao Cam 0.5 e dois equivalente ao Cam 4, além de um jogo equivalente aos Cam 0.75 até 3. Rapel em árvore (bomba) ou descer por trilha, passando pelo campo de boulders. É recomendável dar uma olhada nas fendas antes de começar a escalar pois os marimbondos estão tomando conta.

Alan na conquista da via Fazendo Careta

8 – Campo Escola Monte Verde
Na idéia de montar um local para iniciantes na região, está surgindo o Campo Escola Monte Verde. Atualmente conta com 2 setores e 12 vias, por enquanto em top rope, apenas 3 sendo guiadas em móvel. A parede fica a maior parte do dia na sombra. Mais infos veja http://caminhosmontanhismo.blogspot.com/2009/10/potencial-para-campo-escola-em-macae-e_26.html.

Monique na linha Vai mas Volta, ainda em top rope

Carlos Henrique testando umas das paradas recém montadas

Alan na via Mamica de Cadela     Monique na via Cristaleira

9 – Sítio das Bromélias
Pousada usada como ponto de referência.

10 – Paredão Aristeu
Desde 2005 estamos de olho nesta parede. Ao chegarmos no vale, fomos logo conversando com o proprietário (Seu Aristeu) para autorizar escalar na parede. Aristeu nos enrolou quase 1 hora, chegando a conclusão que escalar não era coisa de Jesus e não permitiu que subíssemos. Tudo bem Seu Aristeu, continuamos a caminhada e encontramos o Seu Adecir e a Dona Lúcia, que nos receberam muito bem e permitiram que subíssemos a pedra atrás de sua casa, quando conquistamos a Fazendo Careta  descrita acima. Na descida havia um café com pão nos esperando. Foi o início de uma grande amizade que me fez mudar para o local, vindo a ser vizinho do Seu Adecir e do Seu Aristeu. Atualmente Seu Aristeu é um dos nossos melhores amigos e já nos permitiu escalar, explicando que na época ficou desconfiado, imaginando quem ia se responsabilizar se um doido se quebrasse nas suas terras. Essa história demonstra como é importante explicar bem o que pretendemos na propriedade alheia, e que a maioria das pessoas estão acessíveis aos escaladores, contanto que entendam o que é a escalada. Assim, em 2009 Monique e eu num final de tarde entramos na fenda maior da parede e iniciamos uma via que não deu pra terminar devido um ataque de marimbondos. Subimos cerca de 45 metros pela fenda, que ora era larga, ora era escalada por uma fenda menor na lateral esquerda. Depois do ataque, com pesar tive que bater um grampo ao lado da parada em móvel, pois já estava anoitecendo e tivemos que descer. Menos mal que a parede tem uns 80m e este grampo ficará ali para o rapel. A via foi denominada de Fora Sítio das Bromélias, divido o fato deste sítio atrair muita gente, ter constantes festas com barulheira, perturbando vizinhos e a fauna local, produzir uma quantidade de lixo absurdo, desviar o curso do rio, e manter animais silvestres enjaulados. O lixo muitas vezes é jogado pelos “turistas” nas estradas, indo parar no riacho que corre no vale. Nunca vi os proprietários providenciarem a coleta do lixo que seu “clientes” jogam nas redondezas. Mas voltando à via, é bem fácil, um II ou III grau que meu cachorro Xirú saiu escalando atrás de mim e da Monique. O bicho subiu uns 20 metros solando e descalço hehehe. A parede tem grande potencial.


Xirú na via Fora Sítio das Bromélias

11 – Falésia Cantagalo
Outra que dá problema. Iniciamos a abertura de vias ali em 2005 e a parede se mostrou com excelente potencial, com uma via em móvel de 6 grau, quatro vias de 5 grau e uma de 7c. Tivemos que parar as conquistas devido a proibição do proprietário alegando que escaladores tinha feito um churrasco na base da parede, deixando muito lixo. Independente do que aconteceu, um grampo no topo da parede foi entortado, uma chapeleta roubada e um parafuso tosco colocado no lugar. Se quiser tentar, o proprietário mora na entrada na estrada que leva ao Sítio das Bromélias e às vezes ainda permite que se escale na falésia, mas sempre faz cara feia e tenta botar uma banca de mau. Isso nos fez abandonar a parede, e faz um bom tempo que não voltamos lá.

Diego Carion em top rope na Fenda do Ninho, Falésia Cantagalo.

12 – Parede da Ostra
É a parede mais esportiva de toda região, bem negativa, com agarras abaloadas, regletes, pinças, tetos, enfia tudo que os escaladores esportivos adoram. A parede é muito bonita e as vias mais ainda., lembra a Barrinha no Rio de Janeiro. Vale muito conhecer.


Pedra da Ostra. Exelentes escaladas esportivas recém abertas.



Segue abaixo a descrição das vias passada pelo Fabrício. 


Tira gosto 7a/b (6 chapeletas)
Fábio Coimbra/Fabricio Lofrano  - 24/08/2009
Primeira via conquistada na falésia de cima para baixo. Via técnica até a quarta proteção, depois fica bem atlética com passadas longas e final exposto. IRADOOOO!!!

Presente Zen 7b/c (7 chapeletas)
Fábio Coimbra/Fabricio Lofrano  - 12/09/2009
Como o nome diz a via é um presente para nós que conquistamos e para quem escala. Bem atlética no estilo toca-toca e com final pegando na resistência.

O esporro 9? (9 chapeletas)
Fábio Coimbra/Juliana Stutz  - 2009
A via é um esporro de irada, mas o nome foi dado por causa do esporro da Juliana no Fabio que por sinal bem dado. Via com um boulder inicial juntando força e técnica e com um crux bem definido, pegando na resistência.

O berro 8bc/9? (12 chapeletas)
Fábio Coimbra/Fabricio Lofrano – 13 e 14/09/2009
A via é dividida em quatro partes inicia com um boulder de 7a dominando um platô, seguindo depois um negativo bem atlético com grau de 8b/c, a via continua em uma aderência técnica até chegar em mais dois negativos bem boulderísticos onde pode soltar o berro para mandar.

O Cavaleiro das Trevas 9a (12 chapeletas)
Fábio Coimbra/Fabricio Lofrano/Juliana Stutz – 01/09/2009
Via com início em uma aderência de 30 metros entrando num negativo bizarro de forte, com um crux bem explosivo finalizado com um bote aéreo IRADOOOO! A via continua em uma sequência de agarras num vertical que ainda possui um lance delicado na penúltima proteção. O nome da via se dá por dois motivos o 1° por causa de uma fenda abaixo da via onde existe centenas de morcegos que saem às 18 horas dando rasantes, e 2° para mandar somente  sendo um cavalheiro das trevas. RSSS!!!


13 – Boulders da Careta
É um campo de bouders localizado na Serra da Careta, uma parte da Serra do Pote. Para chegar é necessário cruzar a propriedade de Seu Adecir (que nem sempre permite, depende da cara do cidadão) e seguir o bananal. No topo do moro pegar a trilha para a esquerda para o campo com gado. Tem vários boulders de boa qualidades. A base é boa e um crash pad resolve a segurança.

14 – Parede dos Bugios.
É uma parede para a direita do campo de boulders e deve ter uns 60 metros. Este nome de deve a todas as vezes que subimos a Serra da Careta, uma família de bugios fugia escalando esta parede, por uma linha bem no centro da mesma. Assim, resolvemos meter a cara, Fabrício, Adriana e eu para uma conquista. A parede não tem linhas com fendas boas, algumas pequenas fissuras acanaladas e forcei a barra para não botar grampo escalando por uma fenda acanalada. Aconteceu de quebrar uma agarra do pé e cai de uns 5 metros no chão sobre um formigueiro de formigas pólvora (aquelas vermelhinhas com mordida ardida). Não voltamos mais lá, mas pretendo retornar, desta vez para abrir uma linha com proteções fixas hehehe.

15 – Pedra do Xenólito
Parede pequena (cerca de 17 m) e negativa, com regletes pequenos e veios pegmatíticos. É facilmente reconhecida por ser uma parede clara, escondida no meio da mata, que tem um xenólito (pedra diferete e preta) no meio da parede. Investimos ali uma vez, Fred, Fabrício e eu em top rope. A linha mais óbvia já é casca total e não conseguimos mandar toda, até onde fomos deve dar um 7c. É um convite aos escaladores mais fortes.

Explorando a Pedra do Xenólito

16 – Pedra do Engano
Fomos nesta pedra no mesmo dia da queda na Parede dos Bugios, Adriana, Fabrício e eu. A pedra é pequena, mas bem vertical com boas agarras. Pensamos ser mole e ao entrar na parede o espanco foi geral. A parede tem potencial para cerca de 5 vias esportivas com graduação em torno de 7 grau.


Abaixo um mapa de localização das principais paredes e boulders.





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